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Brasília, DF, Brazil
Cláudia Falluh Balduino Ferreira é doutora em teoria literária e professora de literatura francesa e magrebina de expressão francesa na Universidade de Brasília. Sua pesquisa sobre a literatura árabe comunga com as fontes do sagrado, da arte, da história e da fenomenologia em busca do sentido e do conhecimento do humano.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mohamed Dib

Nosso autor da semana: O argelino MOHAMMED DIB.

Da Argélia à França, a vida de Mohmmed Dib, um dos mais célebres escritores de expressão francesa, foi mais que um simples exílio: foi, isso sim, um percurso literário sem par que marcou várias gerações de romancistas e de leitores tanto pela sua exigência quanto pela suprema liberdade que marca sua obra.
Poeta, romancista e "conteur", Mohammed Dib renovou constantemente sua escrita, bebendo nas fontes de sua terra natal para expressar as difíceis relações com o outro, com o estrangeiro, com a dupla cultura e com o enigma de nossa presença no mundo. O conjunto de sua obra é coroado com o Grand Prix de la Francophonie de l'Académie Française e sua poesia em particular com o Prix Stéphane Mallarmé. Em seu último romance Laëzza, ele evoca tanto as paixões que não se inscrevem no plano do real, sua infância em Tlemcen, esta presença intacta que ele nos transmete de maneira simples mas também luminosa.
Mohammed Dib nasceu em 1920, na Argélia e faleceu em 2003 em La-Celle-Saint-Cloud, França.

Aproveite este trecho do romance Laëzza. Boa leitura!

"Et ils se sont mis à vivre cette vie de bâton de chaise; sans s'être concertés plus que ça, à ne vivre qu'elle, une folie à deux. Se télescopant, les jours se succèdent depuis, tout blancs. Nuits comprises. Oubliant de rentrer chez eux, de rentrer où que ce soit, lui chez elle, ou elle chez lui. La rue. Ils y ont pris leurs quartiers, ne s'inscrivant dans aucun territoire, aucun regiestre. Geulards, pochards, cafards, pendards, geusards, jobards, glaviotards, vachards, ce cataloque du beau monde au complet, le gandin et la mirliflore se le sont vu présenter sur un plateau. Le dessus du panier. Évidemment. La capitale comme ça vit; comme elle se vit."