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Brasília, DF, Brazil
Cláudia Falluh Balduino Ferreira é doutora em teoria literária e professora de literatura francesa e magrebina de expressão francesa na Universidade de Brasília. Sua pesquisa sobre a literatura árabe comunga com as fontes do sagrado, da arte, da história e da fenomenologia em busca do sentido e do conhecimento do humano.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Escritores beur: quem são e de que falam? Tassadit Imache.

   Beur é o nome que dado na França aos filhos de imigrantes magrebinos. A origem e o significado deste nome é objetivo de polêmicas e controvérsias. Leila Sebbar dirá francamente: "Je ne comprends pas le sens de ce mot..."  A maior  parte dos autores beur são então nascidos na França, filhos de imigrantes argelinos ou marroquinos, ou então ali chegaram ainca criança, aos 10 anos de idade. Se pudermos estabelecer uma geração diríamos que são nascidos entre 1950-1960.
As obras destes autores tem como fundamento denunciar  a divisão tumultuada em que vivem. Dividios entre uma crise de identidade e uma crise cultural, eles tentam relatar este desmantelamento para poder melhor exorcizá-lo dentro de uma sociedade onde as dissonâncias culturais são flagrantes sobretudo na troca pessoal entre franceses e imigrantes e seus descendentes.
Os romances beur são na maioria textos autobiográficos em sua origem. Philippe Lejeune dirá que a autobiografia é por definição um gênero aberto e interminável. Assim o é, o procedimento autobiográfico beur, que quando daí escapa, cai na narrativa de fatos ocorridos a parentes ou amigos em conflito com a sociedade francesa. Mas a prática lierária não é uma fuga de gênero a outro, ainda que a conduta de vida desses jovens fihos de imigrantes de certa forma seja um pêndulo que oscila entre a história e a tradição familiar e a realidade da vida na França, onde são todo o tempo lembrados de sua frágil estabilidade marcada pela lei e pela própria ação da sociedade, onde nunca estão realmente tranquilos.
São muitos os nomes desta geração de escritores: Tassadit Imache: Une fille sans hisroire  Calmann-Lévy, 1989), Leila Houari: Zeida de nulle part, (Harmattan, 1985), Azouz Begag Béni: Le paradis privé (Seuil, 1983), Mehdi Charef: Le thé au harem d'Archi Ahmed, (Mercure de France, 1983) Mehdi Lallaoui:  Les Beurs de Seine (Arcantére, 1986). Entre outros como Paul Smaïl, Loubna Méliane, Minna Sif e Akli Tadjer. Nenhum deles traduzido para o português.


Queremos falar de Tassadit Imache, uma das vozes expressivas desta geração.
Tassadit Imache est née en 1958 à Argenteuil.
Elle est l'auteur de quatre romans : Une fille sans histoire (Calmann-Lévy, 1989), Le Dromadaire de Bonaparte (Actes Sud, 1995) et Je veux rentrer (Actes Sud, 1998)Presque un frère (Actes Sud, 2000).
Elle vit et travaille en région parisienne.
Tassadit Imache présente Presque un frère, son quatrième roman, comme un " conte du temps présent "Elle fixe du même coup la mesure de son ambition : s'arracher de l'anecdotique, se détourner du nouveau pittoresque en train de faire fureur, élargir les histoires ici racontées à un plus vaste sens. C'est aussi pourquoi le lieu de ces récits s'appelle les Terrains, en une métaphore de ces quartiers de banlieue qui offrent leurs territoires à des tragédies d'aujourd'hui. Avec des héros pris dans les rets d'une fatalité, à l'instar des figures de la tradition classique, mais tellement frappés par le déprimisme ambiant qu'ils ne peuvent tout simplement pas élever les drames de leur vie à la hauteur d'un destin. Il y a là une manière neuve, à la fois profonde et sans concession, d'aborder ce thème de la banlieue, à cent coudées au-dessus des ouvrettes à dominantes ethnographiques ou socio linguistiques. in:http://www.alalettre.com/auteurs-contemporains-gi.php