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Brasília, DF, Brazil
Cláudia Falluh Balduino Ferreira é doutora em teoria literária e professora de literatura francesa e magrebina de expressão francesa na Universidade de Brasília. Sua pesquisa sobre a literatura árabe comunga com as fontes do sagrado, da arte, da história e da fenomenologia em busca do sentido e do conhecimento do humano.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

'Viagem ao Iraque. Memórias de itinerário". Novo livro de Cláudia Falluh Balduino Ferreira.



"Dois tempos marcam a eternidade: em um deles eu morro,
 No outro, labuto para viver.
 Doce seria a vida se o homem fosse uma pedra
 Fechada em si mesma face ao correr dos acontecimentos."
                                                                           Tamîm ibn Muqbil.
                                                                            Poeta árabe, ano 25 da Hégira.



Escrevi Viagem ao Iraque para mostrar este país antes de todas as destruições promovidas e perpetradas pela coalizão ocidental.
Em 1988 andei pelo país intacto e só maravilhas mesopotâmicas, suméricas e islâmicas enchiam os meus olhos. Estavam ainda de pé a cúpula de ouro da mesquita dourada de Samara, e também a grande escola Mustansíria (1227) onde passei um bom tempo na tranquilidade de seus jardins. Ambas vieram abaixo, totalmente destruídas por bombas em coalizão infernal, ocidental e estúpida. A cidade de Babilônia ainda era aberta ao público e, não sem deleite, andei pelos templos de Nabucodonossor e Alexandre o Grande. Hoje Babilônia é um casulo retorcido em si mesmo como conchas de náutilos, e retorna ao sono interrompido pelas botinas arrogantes que a transformaram em base militar...  

Viagem ao Iraque surge com o propósito de mostrar uma riqueza ancestral engolida pelos mísseis, para falar de um patrimônio da humanidade devorado pela gula pantagruélica de "cowboys edipianos".

Espoliado e bombardeado, por onde anda o Iraque? 

O Iraque moderno, político, humano, geográfico, hoje cata, aqui e acolá os cacos de suas antigas mesquitas, cúpulas, palácios e monumentos, refaz fronteiras - matéria humana -, despedaçados pelo próprio homem e tenta refazer um rosto que  talvez ainda contemple no horizonte da história alguma luz, algum alento. 

Porém, a essência iraquiana está intacta. Ancestralmente cravado no dorso da cordilheira de Zagros, a cabeça no colo do Curdistão e os pés imersos no Golfo que começa em Bássora, ele continua lá, entre dois rios, o Tigre e o Eufrates que outrora regaram o Edem e hoje regam uma possibilidade de futuro. 

Em E-book e em formato clássico, Viagem ao Iraque (Editora Kiron) é um convite a encontrar um país, através de um texto que mescla memória, história e documentação, luzes e trevas através da voz de uma mulher. 

Ousem. Leiam-no. 

Espero vocês.

Um grande abraço.
Cláudia Falluh Balduino Ferreira