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Brasília, DF, Brazil
Cláudia Falluh Balduino Ferreira é doutora em teoria literária e professora de literatura francesa e magrebina de expressão francesa na Universidade de Brasília. Sua pesquisa sobre a literatura árabe comunga com as fontes do sagrado, da arte, da história e da fenomenologia em busca do sentido e do conhecimento do humano.

sábado, 17 de março de 2012

50 anos sem Mouloud Feraoun.


Neste ano do cinquentenário da Independência da Argélia, (5 de julho de 1962) o GP Estudos Literários Magrebinos Francófonos acha justíssimo e apropriado homenagear um dos grandes autores argelinos e de certa forma um mártir da guerra da Argélia, MOULOUD FERAOUN.
Se por um lado Feraoun é reconhecido internacionalmente pela sua obra, por outro lado, é mister reconhecê-lo como uma extraordinária testemunha de seu tempo e um sutil analista da sociedade argelina em plena mutação.
Nascido em 8 de março de 1913, Feraoun este ano completaria 99 anos, mas o que se celebra reverencialmente é o cinquentenário de seu falecimento.
De origem humilíssima, Feraoun vem de uma família de camponeses. Apoiado na juventude por bolsas de estudo ele consegue terminar sua formação. Seu pai segue para a França em 1910 para trabalhar nas minas de Lens, retornando à Argélia em 1927 após um acidente em Aubervilliers. Esta história está também narrada esplendidamente no romance "Le fils du pauvre", primeiro livro de Feraoun (1939) publicado apenas em 1950 pela Seuil, com 70 páginas a menos,  referentes à adolescência do autor em Bouzaréa.
Feraoun nos toca pela sua pacífica presença, pela suavidade de suas palavras e atitudes reflexivas que trazem a tona um humanista fino, homem que trancende o "... lourd destin pour le bout d'homme chéfif que j'étais" (Le fils du pauvre) pela sua capacidade criativa e sua densa atitude diante da vida.

Fantásticos testemunhos sobre o autor estão nos vídeos a seguir :
http://www.youtube.com/watch?v=gxnmD600odk&feature=related