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Brasília, DF, Brazil
Cláudia Falluh Balduino Ferreira é doutora em teoria literária e professora de literatura francesa e magrebina de expressão francesa na Universidade de Brasília. Sua pesquisa sobre a literatura árabe comunga com as fontes do sagrado, da arte, da história e da fenomenologia em busca do sentido e do conhecimento do humano.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Uma viagem pela caligrafia e pintura de Rabah Soukehal, um artista argelino.


Se o poeta caligrafa o mundo com a palavra, o calígrafo, por sua vez poetiza a palavra com seus pincéis e ‘qalams’ de variada natureza.  Mas quando a poesia é o tema do calígrafo, então palavras e imagens se unem em um projeto simbiótico e fecundo, cujo resultado é o deleite pela visão da palavra amorosa e poética.  É o que faz o excelente calígrafo, pintor e músico Rabah Soukeral.

Argelino, nascido em Annaba,  “... cidade que se banha na luz, deitada às margens de uma magnífica baia, embalada pelos incessantes fluxos e refluxos mediterrânicos”, a arte caligráfica de Soukeral mergulha em água, ar, luz e calor, enfim toda atmosfera mediterrânea que envolve em perfume  as terras argelinas. Em sua arte está contida a liberdade da linha em diálogo perpétuo com a beleza e a sensibilidade. 















"A única verdade é amar tudo o que vive sobre a terra"
Maître Fakir, Rajastan, Inde. Encre de Chine, 40X50 cm, 2007, collection privée.








                 "Pour tes yeux, mon coeur n'a rien trouvé et ne trouvera pas". El Moutanabi, poète arabe, (915-965)













 A pintura de Rabah Soukenal é surpreendentemente iluminada. Certamente são reflexos (literais...) de  suas origens. O artista transita entre a cidade e o mar, a mulher e o menino, a vida e a morte.

La Casbah d'Alger. 

Em meu livro Calligraphie de la douleur, l'art et le sacré dans la poésie arabe sur le martyre , Sarrebruck: EUE, 2011, trato do tema da união das duas artes: a caligrafia e a poesia, na construção de uma poética árabe marroquina especialíssima e essencial. O entendimento do mundo do poeta árabe islâmico passa pela contemplação estimulante do universo caligráfico que o envolve. o poeta e o calígrafo tecem as imagens e o mundo através da palavra. Ambos cativos para sempre, não dos dogmas, mas da percepção e do vivido. 



"Um irmão não é necessariamente aquele que tua mãe gerou". Provérbio árabe.

Tempête.

La mère et son enfant.



"O ser que amo e desejo  me visitou ontem. Passou a noite em minha companhia e despertou reconhecido."
Mohammed Ibn Msayeb, poète algérien.



Chaouia. (Berbére algérienne des Aurès)


Assim mesclando a arte caligráfica e a pintura, este excelente artista argelino concilia mundos e expande imaginários. Em suas mãos a caligrafia ultrapassa os limites de sua função sagrada para trazer à luz a poesia amorosa, interessante e intensa dos antigos poetas árabes e persas. 

VISITE o excelente site do artista em:
para deleite de nossos leitores.

Por Cláudia Falluh Balduino Ferreira. Brasília.