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Brasília, DF, Brazil
Cláudia Falluh Balduino Ferreira é doutora em teoria literária e professora de literatura francesa e magrebina de expressão francesa na Universidade de Brasília. Sua pesquisa sobre a literatura árabe comunga com as fontes do sagrado, da arte, da história e da fenomenologia em busca do sentido e do conhecimento do humano.

domingo, 10 de janeiro de 2016

A Casa Síria. Memória e ficção como avatares do passado.





   Não é simples contar histórias, por mais que seja antigo ao homem e próprio da sua natureza mimética e conservadora. E digo conservar como quem diz perpetuar ou preservar o vivido. O vivido, a experiência, próprias e dos antepassados é espelho no qual as futuras gerações moldarão o futuro, corrigindo traços, aplicando moldes, retirando ou acrescentando à vida o feitio apropriado ao momento, às vicissitudes e à plenitude da existência. Assim, o presente através do passado molda os seus avatares. 
   O romance A casa síria é um dos avatares de uma família, de um homem e de sua geração presente. Nos relatos das histórias do passado, estão germinadas e eclodidas as sementes do outrora, e projetadas as colheitas que o futuro duvidoso permitirá ou não a eclosão.  
   Quem pode dizer do futuro de uma família hoje? São tempos difíceis, estranhos, em que a incógnita sobre os novos tempos que nos superam prevalece, em que a modernidade nos estrangula avançando rápido e indiferente sobre nossos  sentidos, mal deixando-nos um tempo para refletir sobre esta avalanche, porque este tempo carece ser substituído por mais modernidade. Talvez aqueles que a instituam hoje sentirão necessidade no futuro de pensar sobre a outra onda que virá sobre eles, tal como veio sobre a geração da autora de A casa síria? Terão sensibilidade para saber que se tornaram modernamente antiquados e ultrapassados? Serão altivos o suficiente para dizer a total importância do que fizeram sobre o passado e seu legado sobre as gerações futuras? Quem poderá dizer? 
   Houve um tempo, e assim o digo sentindo o tempo, em que esta preocupação com o futuro ficava muito distante no horizonte... Mas o desejo humano de trazer as verdades de seu presente contidas no passado, são até hoje modernas. Não digo procurar por um tempo perdido, mas procurar por uma vida que germinou através de legados memoriais, vivenciais e expressivos em vozes, sonhos e atos.
   A casa síria é uma história que nasce no século XIX e caminha até o dia de hoje. Em sua composição surgem várias vidas, vários tempos, vário amor.

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